ARTIGOS

Por Kennedy Gonçalves

Eu pertenço a outros tempos! Aliás, Bons Tempos!
E no meu tempo as conversas de bares eram sobre Futebol, Fórmula 1 e de quebra, música. Ou melhor, boa música.
Naqueles tempos, não havia internet. - ao menos popularizada e, na palma da mão- Sendo assim, nossa geração andava de cabeça erguida. Olhava no olho, abraçava e sabia identificar facilmente se alguém na mesa estava com algum problema.
Eu sou de um tempo em que todos os dias antes de entrarmos na sala de aula o hino nacional nos fazia lembrar de que não somos uma ilha e que somos cidadãos de uma “pátria amada”.
Sou de um tempo em que as crianças sabiam quais são as capitais dos estados brasileiros, algumas até as identificavam por suas bandeiras.
Naqueles tempos, se combatia veemente a covardia, embora por todas as eras, sempre houve essa espécie de “gente”. Mas no meu tempo, mesmo os esportes sangrentos, tinham como regra jamais atacar o adversário enquanto estivesse caído.
“CHUPA” MMA e UFC...
Que me perdoem os eruditos de plantão, pela expressão de tão baixo nível. Talvez estejamos mesmo embriagados por essa onda de baixaria nacional.
Sou de um tempo em que nas datas importantes do ano, toda a vizinhança se unia para decorar a rua. Acreditem, corintianos e palmeirenses preparavam as bandeirolas. São-paulinos e santistas acendiam as fogueiras. Calma, era apenas para aquecer o frio de junho, assar batatas e preparar o quentão.  Ainda no meu tempo, uma criança mordida por um cachorro na rua, era levada no colo pelo vizinho chato da rua até seus pais- independente de serem inimigos ou não- . Pairava um espírito de solidariedade que transcendia qualquer disputa, politica, religiosa ou ideológica.
Eu sei você que é jovem deve estar pensando que tirei tudo isto dos livros de contos de fada, não é mesmo?
E isso me entristece. Pois se pensamos assim hoje, é porque perdemos os valores. Não temos mais referências. Hoje nossos “atletas” se destroçam no ringue, aplaudidos por uma plateia ansiosa por ver sangue. Mesmo o adversário não tendo a menor chance de defesa.
Gostaria de dizer que isto se aplica apenas aos ringues. Mas a verdade é que a nossa política é a maior referência de podridão.
O Brasil está Zicado! O que foi? Estranhou porque escrevi Zicado com “c”. Perdoe-me mais uma vez, é que no meu tempo, ZICA  era escrito assim mesmo, e servia apenas como gíria do “gueto” . Significava azar, má sorte, algo ruim, confusão, alguém com problemas...
Sim. Eu pertenço a outros tempos. Nos tempos atuais, estamos à beira... ou melhor, mergulhados num grande colapso. Mas não pense você que o problema é a crise financeira. Não. A crise financeira, embora seja um grande problema, não chega nem perto do gigante de boca aberta para engolir o nosso Brasil.
A falta de moralidade, de respeito próprio e para com o cidadão. O Grande colapso de que falo é ver um disputa por poder. É ver na política o que vemos nas madrugadas sangrentas do MMA, UFC e tantas outras siglas.
Não demora muito e veremos novas modalidades de esportes sangrentos. Os nomes?  Seguindo a regra das siglas:
PSDB- Um esporte para quem não tem medo de bater. (Nessa modalidade não importa para que lado a porrada e os chutes vão. O importante é acertar alguém. Ainda que seja um indefeso cidadão caído numa maca nos fundos dos corredores dos hospitais sem estrutura. Os adeptos dessa modalidade jogam baixo, acertam tudo pela frente, se fazem de mocinhos indefesos, e garantem estar em defesa dos direitos de sua plateia: o povo). Vale salientar que muitas outras siglas “esportivas” estão aderindo às regras da modalidade.
PT- Este é um esporte de defesa. Aqui quase não se ataca o adversário. Apenas se protege. Todos os movimentos são direcionados à proteção. É como se o esportista adepto dessa modalidade fosse frágil, ou se tivesse teto de vidro, e para não quebrar, tudo é valido. Cada golpe do adversário é bem definido e capaz de derrubar o lutador do PT. Portanto, o lema é defender. Ainda que isto implique frustrar uma plateia que anseia por combate, por ação, por apresentação no ringue. Não tem jeito. Este esportista não reage. Não muda o placar, apenas se fecha em seu mundinho vendo o tempo correr, a plateia sucumbir à fome de mudanças e melhorias e claro o adversário sanguinário vencer por tempo corrido e golpes desferidos.
Quem está na frente?
Bem, se levarmos em conta uma plateia que só deseja ver sangue, é vitória certa do PSDB.
Mas a verdade é que não há vencedores nesta disputa. Nem um lado, nem outro, nem mesmo a plateia. Estamos todos num caos.
Lutando e gritando por algo que apenas esconde os reais problemas.
O Brasil mergulhado numa epidemia de ZIKA, agora sim com “K”,   que poderia ter sido evitada com investimentos certos para combater o aedes aegypti. GOLPE CERTEIRO NO QUEIXO DO PT.
Por outro lado, o país vive cego a uma tragédia real na economia, e  que apenas medidas drásticas e radicais poderiam amenizar os impactos. Medidas essas que um dia foram 100% apoiadas e desenvolvidas pelo PSDB, mas que agora, eles se recusam a apoiar, votam contra... Pensam eles que assim acertam em cheio o PT, mas a verdade é que nós, plateia eufórica por sangue é que estamos sendo atingidos no queixo. GOLPE BAIXO DO PSDB. No PT? Não. No Povo.
Acho que nossos políticos deveriam ter passado um “São João” ou “Natal” no meu gueto, assim teriam aprendido que em tempos de crise, TODOS SE UNEM EM PROL DO BEM ESTAR COLETIVO.
Assim, vamos vivendo em outros tempos. Cegos e adormecidos por belas palavras. Alimentados por discursos vibrantes, e morrendo à mingua.
Se de um Lado temos Aécio Neves, um desrespeitoso cidadão que só abre a boca para desferir golpes (palavras) de baixo nível, cujo único propósito  é tirar o poder das mãos da Dilma, ainda que para isto tenha que largar mão de cuidar do povo que o elegeu senador, do outro, temos  Dilma Rousseff, uma mulher dormente, embriagada por um orgulho oriundo sabe-se lá de onde, incapaz de fechar os olhos à crítica e pressões vividas e assumir seu papel de presidente(A), a fim de lutar pra valer em busca de salvar o país.
Desculpe-me querido leitor que ama ver essa carnificina que nada mais é, que conteúdo para uma mídia sem pudor ou valor. Mas ESTAMOS NUM COLAPSO. E a culpa é nossa!
Nós financiamos isto tudo.
Pagamos as contas exorbitantes de tamanha baixaria. Financiamos esse show de pancadarias para entreter nossa mente e distrair-nos das dores que nos afligem neste momento de tamanho pesar.
Eu realmente pertenço a outros tempos. De valores mais elevados. Ideais e propósitos bem definidos. De gente que briga POR gente e não COM gente.
Mas eu sei que não estou sozinho. Ainda tem muitos da minha geração. Talvez f
Talvez, fosse o momento de largamos um pouco os nossos smartphones, darmos as mãos e sairmos às ruas. Mas não em busca de barulhos e “panelaços com caras pintadas”. Melhor seria se fossemos às ruas sem bandeiras partidárias. Com ações mais concretas, com políticas mais valorosas. Com lições mais humanas e dissermos:
NÃO AO AÉCIO E SUA CORJA,
NÃO À DILMA, LULA E SEUS CARRAPATOS.
E, à exemplo das datas festivas dos meus “velhos tempos”, unirmos forças, sem partidos, juntos por um Brasil melhor.
Este jovem país está como um garoto mordido por “cachorro de rua”, precisamos carrega-lo no colo e levarmos até o ambulatório.
VAMOS NESSA BRASIL. DE VOLTA AO COMEÇO!















Kennedy Gonçalves é Comunicador, Jornalista e escritor.
 Autor de vários artigos publicados em diversos meios de comunicação